O Transtorno do Humor Bipolar também é chamado de Transtorno Bipolar. Ele se caracteriza por fases recorrentes de alterações do humor (por vezes exaltado e por vezes deprimido), com intervalos variáveis de meses ou até anos sem quaisquer sintomas. As fases de humor exaltado são chamadas de mania ou hipomania, sendo a segunda uma forma mais branda. As fases de depressão são chamadas de depressão bipolar.
A incidência anual de Transtorno Bipolar é geralmente considerada inferior a 1%, mas ela é difícil de estimar com maior precisão, porque as formas mais leves desse transtorno muitas vezes passam despercebidas.
Um episódio hipomaníaco é um período distinto de humor anormal para quem conhece o indivíduo. Ele passa a ter grande aumento da autoestima, ter menor necessidade de sono, além de ficar claramente mais "agitado" que o normal. Ele pode fazer planos pouco razoáveis para o futuro, com perspectivas irreais de sucesso. Ele se torna facilmente distraído e também pode ficar mais irritável e intolerante. Pode se envolver demasiadamente com coisas que julga prazerosas, em detrimento das demais atividades de sua vida. O apetite sexual tende a aumentar. Quando estes sintomas são exagerados, fala-se em episódio maníaco e, via de regra, exige uma intervenção médica.
O indivíduo que tem episódios de mania e depressão recebe o diagnóstico de Transtorno Bipolar do tipo I e aquele com episódios de hipomania e depressão recebe o diagnóstico de Transtorno Bipolar do tipo II. Entretanto, muitos pacientes do tipo I apresentam também episódios de hipomania além dos de mania. Em contraste com a depressão, o transtorno bipolar I tem uma prevalência igual entre homens e mulheres.
As mulheres bipolares têm mais probabilidade do que os homens de apresentar um quadro misto, que é aquele onde coexistem sintomas depressivos (por exemplo, tristeza, choro, desesperança) com sintomas hipomaníacos (por exemplo, pensamento acelerado e agitação). As mulheres também têm uma taxa mais alta do fenômeno chamado de ciclos rápidos, definido como quatro ou mais episódios maníacos no período de um ano.
A idade de início do Transtorno Bipolar do tipo I é mais precoce do que a da depressão, em geral. Ele pode até mesmo se iniciar na infância, quando geralmente é confundido com TDAH (veja no site). O Transtorno Bipolar é considerado crônico e o fato de o indivíduo ficar assintomático (sem sintomas) após um episódio não significa que ele não terá novos episódios.
É extremamente importante iniciar o tratamento profilático, isto é, de prevenção de novos episódios, porque eles tenderão a se tornar cada vez mais frequentes com o passar dos anos. Alguns autores chegam a fazer uma alusão à semelhança com o tratamento do câncer: quanto mais cedo se inicia, melhor é o prognóstico. Muitos indivíduos recusam o diagnóstico, atribuindo as fases depressivas a fatos específicos que ocorreram (ou seja, sugerindo que houve "causas" para ficarem deprimidos) e não apresentando autocrítica em relação aos episódios de hipomania, quando se sentem muito bem, no "topo do mundo".