A depressão também é chamada de Transtorno Depressivo Maior e pode ocorrer como um episódio único ou ser recorrente (indivíduos que estão vivenciando pelo menos um segundo episódio de depressão). A depressão tem as maiores taxas de prevalência dentre todos os transtornos, podendo chegar até a 17% por cento da população. A depressão é duas vezes mais comum em mulheres e existe forte influência hereditária. Cerca de 50% de todos os pacientes tem início da depressão entre os 20 e os 50 anos.
Um indivíduo que tenha apresentado um episódio depressivo tem mais chances de apresentar um segundo episódio, comparando-se o que seria esperado matematicamente ao acaso. Mas um indivíduo que tenha apresentado ao menos dois episódios de depressão tem chances muito elevadas de voltar a apresentar o quadro novamente, em alguns estudos em até 90% dos casos.
O humor deprimido e perda de interesses ou prazer (o termo técnico é anedonia) são os sintomas fundamentais da depressão; para o diagnóstico é obrigatório ter pelo menos um deles. Os demais sintomas, como insônia, perda da libido, diminuição do apetite, dentre outros, são os sintomas associados. É comum indivíduos deprimidos sentirem-se culpados por uma variedade de fatos de suas vidas.
Os indivíduos com depressão podem dizer que se sentem tristes, desesperançados ou sentirem-se inúteis. O humor deprimido pode ter uma qualidade distinta que o diferencia da emoção normal de tristeza. Com frequência, os pacientes descrevem os sintomas de depressão como uma "dor emocional" ou "angústia". Muitos indivíduos se queixam de serem incapazes de chorar, apesar de comumente associarmos o choro com depressão.
Um número significativo de indivíduos com depressão referem incapacidade de se concentrar como antes e dificuldades para pensar de modo claro. Cerca de 2/3 de todos os pacientes deprimidos pensam na morte ou na possibilidade de cometerem o suicídio (este último ocorre em pouco mais de 10% dos casos). A ansiedade é um sintoma comum da depressão e afeta até 90% de todas as pessoas deprimidas.
Mais raramente, um indivíduo deprimido pode não ter consciência de sua depressão, ainda que refira afastamento da família, dos amigos e de atividades que antes lhes interessava. Quase todos os deprimidos se queixam de redução da energia, têm dificuldade de terminar tarefas, além de mau desempenho acadêmico e profissional. Deprimidos apresentam menos motivação para desenvolver novos projetos.
Embora a insônia (especialmente aquela que ocorre ao final do sono) e a anorexia (perda de apetite) sejam comuns para a maioria dos deprimidos, existem indivíduos que referem aumento do apetite (principalmente para doces) e aumento do sono. Nestes casos, a depressão é classificada como atípica. Isto parece ser importante, porque o tratamento farmacológico é diferente.
Casos leves de depressão podem ser tratados apenas com psicoterapia, mas o mesmo não ocorre com casos moderados ou mais graves, que exigem o uso de medicamentos antidepressivos, uma vez que a psicoterapia parece ineficaz. Existem diferentes classes de antidepressivos e a escolha pode ser basear em determinadas características do indivíduo e dos sintomas depressivos.
O uso de estudos genéticos para "escolha do melhor antidepressivo", alardeados na imprensa, tem pouca fundamentação científica e não é recomendado pelas principais associações mundiais de psiquiatra pelo fato de não trazer benefícios reais para a grande maioria dos indivíduos.
A depressão que ocorre em portadores do Transtorno Bipolar do Humor (veja no site) é chamada de depressão bipolar. Seu tratamento é muito diferente do da depressão e a resposta aos antidepressivos é considerada muito inferior.